quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Entrevista com Marcelo Duarte



"Achei que seria fácil e bastaria matar uma mosca, mas infectologistas estudiosos apontaram controvérsias nessa teoria. A resposta certa seria com uma mosca viva" - Marcelo Duarte. 

Por Helder Miranda
Em maio de 2010


Autor da série de livros O Guia dos Curiosos, Marcelo Duarte é jornalista e um dos sócios da editora Panda Books, que revelou ao Brasil o fenômeno Bruna Surfistinha, a protagonista do Best-seller que inspirou um longa-metragem estrelado por Deborah Secco e estará em breve nos cinemas. Apresenta o programa Loucos por Futebol  e Game Up na ESPN Brasil e dois programas na rádio Bandeirantes, de São Paulo. Também escreve todas as semanas a página Curiocidade no Jornal da Tarde e colabora em uma série de publicações.

A curiosidade vem da infância?
Sim. É engraçado, porque eu era leitor até de bula de remédios. Por mais que eu não entendesse o assunto, sentia vontade de ler. Sempre fui um perguntador, um curioso.

E na adolescência, como era isso?
O colégio torna qualquer um reprimido. Eu pensava: “se eu começar a perguntar, vão cair de pau”, e ficava quieto. Quando lancei O Guia dos Curiosos, ganhei uma espécie de “alvará” das pessoas, que me dá o direito de fazer qualquer pergunta que tiver vontade.

Como surgiu a ideia de escrever o livro?
Naquelas visitas em família, no interior, passei uma tarde lendo uma enciclopédia de capa dura sobre curiosidades, editada nos anos 60. Era divertido, mas desatualizado. Para escrever minhas matérias, usava uma pasta de recortes com curiosidades. Escrever um livro sobre isso foi natural.

Existe alguma pergunta que não tenha resposta?
Não. Costumo dizer que não sei tudo, mas conheço pessoas que sabem. Por isso, levo vantagem.

Então, qual a resposta mais difícil de conseguir?
A mais marcante, com certeza, foi o peso de uma mosca. Achei que seria fácil e bastaria matar uma mosca, mas infectologistas estudiosos apontaram controvérsias nessa teoria. A resposta certa seria com uma mosca viva. Demorei muito para ter essa informação, que não foi publicada na primeira edição de O Guia dos Curiosos.

Falando sobre esta série de livros, sobre o que será o próximo?
Videogames, será lançado no final do ano. A ideia veio pelo programa Game Up, que apresento. É um tema rico, que atrai a garotada e está sendo escrito de uma maneira muito divertida.

Você pensa em escrever ficção?
Escrevi cinco livros infanto-juvenis para a Série Vagalume, da editora Ática, que juntos venderam 200 mil exemplares. No segmento adulto, talvez. Se for para escrever, gostaria que fosse alguma personalidade cuja história de vida tivesse fôlego para sustentar um livro.

A internet modificou o perfil do leitor?
Não, pelo contrário. O leitor ideal é aquele que lê cada vez mais e, ao mesmo tempo, está conectado a ferramentas da internet, como blogs e Twitter, usando-os para ações construtivas. Antes, as pessoas não tinham acesso a sites, TV à cabo e, se ficar restrito à isso, terá uma visão superficial da vida.

E os escritores, com a rede, permanecem os mesmos?
Hoje em dia temos blogueiros que usam a internet como vitrine. A própria Raquel Pacheco, que ficou conhecida como Bruna Surfistinha, ficou famosa a partir dos relatos em seu blog. É um caminho para quem quer se profissionalizar como escritor, mas tem de chamar a atenção por fazer algo diferente, ser comentado pelos internautas. Não é acreditar que faz algo inovador, sendo que na verdade é igual a milhares de outros.

Como foi sair das redações para editar livros?
Editar revistas, que tinham de sair no final do mês, era algo normal e menos trabalhoso que livros, que têm de sair perfeitos. A dificuldade, no entanto, não foi essa. O difícil é atuar como empresário, lidar com banco, fornecedores... A sorte é que tenho uma sociedade que lida com zelo, e a empresa cresceu.

O que pensa de O Doce Veneno do Escorpião virar filme?
Achei o máximo! Pelo que li do roteiro, que está muito bem escrito, acredito que será um sucesso! Ainda mais com a Deborah Secco, que é uma superestrela. Muitos diziam que o sucesso de Raquel Pacheco (protagonista do livro), que figurou nas listas de mais vendidos, não perduraria. Agora, com certeza, com este lançamento, terá o mesmo “boom” do início.


O Guia dos Curiosos
ofuscou o seu trabalho anterior, como jornalista?
Reconheço que essa nova geração me conhece por esse trabalho, mas as pessoas que já acompanhavam, não. Sempre que me convidam para fazer outro tipo de reportagem, eu me sinto muito bem, e em forma! É claro que agora ficou tudo mais focado no segmento da curiosidade, que ficou consagrado. Não sou o tipo de cara que sente ciúmes de si próprio, está tudo ótimo!

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